Oh, Lua tão magrela!
O que esperar dela?
Pouca luz, seja em mansões, seja na favela
Nas grandes avenidas ou numa estreita viela
Hoje vamos jantar à luz de vela
Passar a noite só eu e ela
Entoar nossa canção em modo à capela
Como fazem os apaixonados da grande tela
Te vejo assim tão bela
Com os poéticos olhos de Florbela
Declamando-te poema com forte nó na goela
Porque tu és meu tesouro, a maior riqueza, minha bagatela
Teu coração tornou minha cela
Fico preso em ver o quanto és bela
Única que me compreende, que me dá trela
É por ti que dentro do meu peito tudo martela.