domingo, 20 de maio de 2012

Paixão Verbalizada

As palavras que soam
Fazem rugidos nas paredes do meu miocárdio
Somem as letras das vozes
Quebrantam-se as sílabas tônicas da tua boca
Me faz voar sobre o teu verbo infinito
Sem particípio o meu passado se faz presente
Na onda de querer te ouvir vou até o quebra-mar
Me afogo em meio as areias da praia
Se me fazes sentir como era antes, eu não sei
Aqueles dias são inconjugáveis
Amar deixou de ser um verbo, pois é inflexível
Repentinamente surgem-me razões descritivas
Queria ter o conhecimento das emoções
Aquilo que tu queres pode ser o que desejo
O que não bastasse talvez seja o que receio
Sombras não podem iluminar nossa união
Meu esconderijo do medo perdeu-se no tempo
Se fosses um dia de sol em mim...
Eu não precisaria dos astros noturnos.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Minha Querida Irmã

Se hoje faço versos e poemas
Se escrevo o tempo ou se a vida descrevo
Tudo isso te devo
Me ensinastes a soletrar as primeiras palavras
Nas salas de aula obtive o conhecimento por tua causa
Fostes minha primeira tutora
Mas tu nos deixastes...
Tudo você me reprovava
Minhas atitudes tu condenavas
Chegava a pensar que me odiavas
Dias de cóleras rotineiras vivenciamos
Poucos momentos de amores nos declaramos
Mas tu me deixastes...
Confesso que minhas lágrimas são inenxugáveis
O tempo não ocultou a cratera de tristeza em mim
Lembro de tuas não-recomendáveis obras
E que hoje me servem de boa lição em larga sobra
Tu fostes e nem me dissestes adeus...
Tua semente foi plantada
Tuas palavras ainda hoje são desafiadas
A Morte me disse que deixamos de ser irmãos
Mas a vida me ensinou que a fraternidade é eterna.